A vida de uma travesti no Brasil é um fardo quase impossível de ser suportado mesmo com as costas mais saudáveis do universo. A discriminação sofrida 24 horas por dia é apenas a ponta do Iceberg das relações entre esse grupo e a sociedade machista e heteronormativa.
No entanto, se mergulharmos nesse oceano, verificaremos a profundidade da relação entre as travestis e os ditos "pais de família" . Há décadas atrás, quando uma relação hetero não ia bem, o homem muita das vezes em busca de afeto emocional ou apenas satisfação de sua lascívia, arranjava uma amante, ou ia em algum prostíbulo para sua alacridade. Tal conduta garantia um ambiente estável dentro da família, e fazia com que o casamento perdurasse por anos e anos.
Décadas se passam e atualmente o "objeto" de regozijo dos homens é paradoxalmente uma das coisas que eles mais rejeitam, as travestis. A completação de suas necessidades, outrora preenchidas por mulheres cis, agora por algum fenômeno social,são substituídas por muito sexo anal e fetiches de submissão um tanto quanto heterodoxos para os padrões do "homem da família tradicional brasileira".
Como o eixo de preferência se alterou ao decorrer das décadas é um fenômeno social ainda em estudo. Hipocrisia não é crime, mas agressão, discriminação, e assassinato de uma minoria que atualmente exerce um papel tão importante no tecido social brasileiro, é.
