A cada dia que passa os tabus interaciais na sociedade são exponencialmente superados. Nos últimos 50 anos, a quantidade de relacionamentos interaciais aumentou de maneira vertiginosa, demonstrando uma constante superação de paradigmas ultrapassados que permeavam a sociedade ocidental.
No entanto, para a socióloga e presidente da Associação Judaica do Norte California Dra. Pietra Ackermann Macht, as relações interaciais principalmente entre uma mulher branca e um homem negro, são uma maneira de reparar as injustiças promovidas pelo capitalismo e pelo eurocentrismo que castigaram o mundo desde a colonização: “Quando uma mulher branca transa com um homem negro, o produto ali não é apenas uma sensação de prazer derivada do ato sexual, mas uma afronta ao euro-patriarcalismo, ao capitalismo, e aos modelos de relacionamento imputados no subconsciente das massas alienadas por padrões eurocêntricos”, afirma a socióloga.
Dr. Ackermann também elogiou a consciência política e social das mulheres suecas, que cada vez mais vem se empenhando na luta pela quebra da hegemonia branco-racial no país, sob um prisma de inclusão dos refugiados: “ As mulheres suecas estão de parabéns pois desconstruíram o tabu do sexo, e utilizam a vagina como método de empoderamento feminino, garantindo a inclusão de refugiados somalis e sírios. O resultado disso em muitos casos é o nascimento de uma criança que viverá em uma sociedade multicultural e tolerante.”
A socióloga reconhece que a sociedade ainda tem um longo caminho pela frente, e considera o uso de políticas públicas de incentivo às relações interaciais: “O poder público e a sociedade organizada precisa se empenhar para acelerar esse processo, caso isso não seja feito, muitos países incluindo a maioria da Europa não sobreviverão.”