Como todos sabem o machismo predomina em grande parte dos desenhos principalmente os japoneses. Decotes desnecessários e a hipersexualização do corpo das personagens é algo padrão e um “must” para qualquer personagem feminino nas animações. Recentemente comecei a assistir Boruto e fiquei absolutamente abismada, mas nesse caso não com a padrão já conhecido de hipersexualização das personagens, mas sim com uma reafirmação de um machismo milenar e quase que neandertal.
As personagens femininas outrora líderes e poderosas ,foram jogadas para a sarjeta da nova trama. Hinata é apresentada exclusivamente exercendo as “tarefas femininas” mais degradantes possíveis, como cozinhar, cuidar da prole, e do seu atual marido. Já a personagem Sakura também foi vítima do machismo velado (ou não) dos desenvolvedores da série. Durante a nova trama, ela é apresentada como uma frágil mãe solteira, cujo único objetivo de vida é cuidar de sua filha Sarada, enquanto o seu marido vagueia pelo mundo para desencarregar a consciência das merdas que fez no passado.
O aspecto da falta de representatividade LGBTQ2S+ sempre foi notório, mas não vale a pena o destaque para esse texto. O grande problema é a reafirmação de um machismo histórico que atribui às mulheres esteriótipos vetustos em pleno 2018, época em que a sociedade se encaminha para algo mais igualitário apesar de todos os percalços.