Que a gordofobia é um assunto grave todos já sabem. Um preconceito sem base científica que causa a morte de milhões de pessoas no mundo seja por causas diretas ou indiretas derivadas da depressão. No entanto, um nicho da sociedade que é esquecido pelas lutas por igualdade é um nicho igualmente marginalizado: Os presidiários obesos.
Sendo discriminados tanto do lado de fora da cela quanto no regime fechado, a vida de uma pessoa obesa nos presídios não é fácil. O drama começa já na delegacia, onde os mesmos são obrigados a se apresentarem sem camisa justamente para serem ridicularizados perante ao público presente e os programas sensacionalistas de televisão.
A situação começa a afundar quando são transferidos definitivamente para o presídio. Por serem definitivamente mais femininos por causa da produção de estrogênio devido à camada extra de gordura, são visados por outros presos, sendo vítimas de um estupro anal sistêmico que gerarão sequeladas para toda a vida.
Não bastasse o constrangimento sexual, são vítimas da própria infraestrutura do presídio que é incapaz de comporta-los em diversas situações. São inúmeros os casos de presidiários acima do peso que em uma tentativa desesperada de se verem livres da opressão do sistema carcerário, acabam entalados nos túneis de fuga, frustrando os planos de liberdade dos outros recuperandos, e posteriormente sofrendo graves represálias por conta disso.
A situação dos presidiários acima do peso é um drama oculto e velado que parece ser negligenciado até pelas organizações dos direitos humanos. Esses detentos deveriam ser acompanhados por uma nutricionista e ter uma dieta especial caso queiram se adequar à outros padrões de estética. Não ser discriminado é um direito humano fundamental, assim como o direito à uma alimentação especial.